sábado, 7 de dezembro de 2013

Monsanto lança tecnologias para manejo de pragas no sul do país

Monsanto lança tecnologias para manejo de pragas no sul do país

Além da resistência a larva alfinete, que ataca a raiz, o VT Pro3 RIB traz refúgio na sacaria

por Alana Fraga, de Passo Fundo (RS)
Editora Globo
Chaves, da Monsanto, mostra plantas não Bt no meio da lavoura onde 90% das plantas possuem a proteína contra as lagartas (Foto: Monsanto/Divulgação)
Uma das pragas mais difíceis de controle e manejo na cultura do milho na região sul do país, a Diabrotica speciosa (larva alfinete) terá uma nova tecnologia para combatê-la a partir da próxima temporada de verão. A Monsanto lança, para a safra 2013/2014, o VT Pro 3 RIB, a primeira tecnologia voltada para a proteção de raiz para as lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo. Além da resistência contra a larva alfinete e tolerância ao herbicida glifosato, que permite o manejo de plantas daninhas, a nova variedade oferece controle a pragas aéreas que atacam as folhas, como a lagarta do cartucho, broca do colmo, lagarta da espiga e lagarta elasmo. 


“A diabrotica provoca danos na raiz da planta e o produtor não percebe esse dano até o momento em que uma ventania provoca o que chamamos de acamamento, ou seja, a planta tomba porque já não possui raiz para sustentação. Por isso, o manejo dessa praga é mais difícil e só é possível identificar que houve ataque da praga quando a planta já tombou”, explica o gerente de produtos de biotecnologia de milho da Monsanto, Alexandre Chaves. 



A larva alfinete fica escondida no solo e alimenta-se da raiz do milho, reduzindo a capacidade da planta de absorver água e os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, além da diminuir a fixação no solo. Na safra 2012/2013, a perda de produtividade provocada pelo ataque da praga foi, em média, de 20% na região sul. Nos testes feitos com a nova variedade por diversas entidades, a média de produtividade com o uso da tecnologia aumentou em 5 sacas por hectare em comparação com o VT Pro2 (a geração anterior da variedade, que não possui resistência à larva alfinete). 



A nova tecnologia chega com outra novidade no mercado brasileiro: o refúgio na sacaria. Isso significa que no mesmo saco do VT Pro3 da Monsanto estão misturadas 90% de sementes com tecnologia Bt e 10% não Bt, percentual recomendado para o plantio do refúgio. “Com isso, o objetivo é que facilite o manejo para o produtor e aumente a adesão do refúgio, que é, comprovadamente, a melhor maneira de preservar a tecnologia e reduzir as chances de resistência da praga”, explica Chaves. 



No verão de 2012/2013, a adoção do milho Bt chegou a 85%, enquanto a prática do refúgio foi em apenas 25% da área. Segundo pesquisa feita pela Monsanto, 72% dos agricultores reconheceram que sabem que o refúgio serve para proteger a tecnologia, mas 53% acham que a prática complica a vida do produtor, enquanto 16% acham que ele não é necessário. No mesmo levantamento, 47% dos produtores disseram que a mistura das sementes no saco ajudaria na adoção do refúgio. 

Refúgio


O refúgio é uma lavoura plantada com híbridos que não contenham a proteína Bt, sendo considerada a melhor maneira de evitar o desenvolvimento de população de insetos resistentes à tecnologia. A recomendação é que esta área seja plantada na mesma época do restante da lavoura (10% da área total), com híbridos de ciclos semelhantes e até 800 metros de distância das plantas Bt. No caso do RIB, na mesma lavoura haverá 10% de plantas não Bt, que garantirão o objetivo do refúgio. 



Editora Globo
Produtor Diones Carmo, que testa o novo VT Pro3, diz que as tecnologias pagam os custos da produção(Monsanto/Divulgação)
Na mesma lavoura, é possível ver plantas afetadas nas folhas pelas lagartas (as não Bt), mas a maioria sem ataques. Segundo Chaves, não há impacto na produtividade total da lavoura porque, mesmo sob efeito de ataques dos insetos, a planta continua produzindo frutos. 


O produtor gaúcho Diones Carmo, do município de Pontal, é um dos cerca de 400 que estão testando a nova tecnologia. Ele garante que o refúgio na sacaria facilita o manejo na lavoura e ainda não foi preciso fazer aplicação de inseticidas e herbicidas. “As novas tecnologias estão compensando os custos e ajudando o produtor ter mais produtividade, porque é isso que precisamos para ter um preço bom de venda e garantir a sustentabilidade da atividade”, afirma Carmo. 

Publicada em 06/12/2013

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